O Governo do Estado determinou nesta quarta-feira (29) a suspensão
preventiva do cultivo, extração, pesca, venda e consumo de todos os moluscos
bivalves procedentes do litoral paranaense. A medida vale apenas para ostras,
mexilhões/mariscos, berbigões e vieiras e não atinge peixes, camarões e outros
frutos do mar.
O motivo
é a confirmação da ocorrência do fenômeno “maré vermelha” nas baías de
Paranaguá e Guaratuba, o que aumenta o risco de contaminação generalizada
desses frutos do mar. A decisão foi tomada pelas equipes da Secretaria Estadual
da Saúde (Sesa) e da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab),
após laudo laboratorial que confirmou a presença de microalgas e toxinas
nocivas à saúde humana em amostras de água e ostras.
“Trata-se
de uma medida cautelar para evitar maiores problemas de saúde pública. Até o
momento, não temos registro de casos de intoxicação alimentar relacionado a
este fato, mas estamos acompanhando de perto para avaliar qualquer tipo de
notificação”, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de
Oliveira.
MARÉ
VERMELHA – A maré vermelha se caracteriza pela concentração de algas que
liberam toxinas no meio aquático. Essas substâncias são prejudiciais à saúde,
podendo causar episódios de diarreia, vômito e dor abdominal. A intoxicação se
dá através do consumo de animais marinhos contaminados, em especial os moluscos
bivalves, considerados filtradores do mar.
O chefe
do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, explica que a
partir desta quarta-feira o Estado vai promover ações educativas para informar
o comércio e a população sobre a medida, sobretudo no Litoral do Estado.
“Nossas
equipes irão a restaurantes, mercados, peixarias, feiras-livres e demais
estabelecimentos para explicar sobre a proibição. Além disso, as ostras e
demais moluscos interditados serão retirados do comércio e inutilizados”,
informou Santana.
A
orientação é que o consumidor fique atento e busque informações sobre a
procedência dos frutos do mar que pretende adquirir. “É importante saber de
onde veio cada produto, pois a proibição só vale para ostras e demais molucos
bivalves oriundos do nosso Litoral”, afirmou.
Historicamente,
o fenômeno da maré vermelha também atinge o litoral catarinense. Interdição
semelhante foi adotada pelas autoridades sanitárias do Estado de Santa Catarina
no dia 26 de maio. Contudo, os níveis de presença de microalgas e toxinas já
baixaram a limites aceitáveis, o que permitiu a liberação do comércio em
diversas regiões.
No
Paraná, a liberação também ocorrerá assim que a situação seja considerada
normal, sem riscos à saúde da população. “Vamos coletar mais amostras para
verificar a qualidade da água e moluscos em várias áreas do nosso Litoral. A
expectativa é que essas algas desapareçam e em breve poderemos autorizar a
retomada da produção e comércio”, ressaltou o coordenador do Programa de
Vigilância e Prevenção de Doenças em Animais Aquáticos da Adapar, Cláudio César
Sobezak.
O estudo
técnico que embasou a proibição foi desenvolvido pela Agência de
Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) em parceria com o Centro
Estadual de Vigilância Sanitária. O trabalho também contou com a participação
de representantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Ambiental
do Paraná (IAP) e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
Extraído de IAP