Produtores
rurais de Caconde, Divinolândia e Águas da Prata (SP) estão colocando em
prática técnicas naturais para proteger as lavouras das baixas temperaturas e
da temida geada.
Em Caconde,
os pés de café plantados há menos de 1 anos recebem atenção redobrada. "As
plantas menores são organismos menos complexos, são como bebês realmente. Elas
não têm a proteção de saia, não têm uma área folhear grande e estão mais
sujeitas ao vento. O caule é menor, então a resistência delas é menor
também", explicou Reginaldo Antônio de Sousa, engenheiro agrônomo da Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral (Cati).
Por conta
dessas características, a orientação do especialista é proteger o caule com
terra, o que evita a morte das plantas em caso de geada.
"Funciona
como um cobertor, como uma superfície de proteção, o frio para e não mata a
gema que está no caule", afirmou.
Produtor
rural, Douglas Eduardo dos Reis acredita que vale colocar a técnica em prática,
já que há previsão de geada para os próximos dias, e sabe que é preciso retirar
a terra depois que frio passar.
"O
correto é ser feito em maio, antes de começar a grande quantidade de frio e
geada, e ser retirada no máximo no mês de setembro, quando começa o
calor", explicou. "Se ficar deixando essa terra, pode causar lesões
ao caule da planta".
Outras
medidas
Em um sítio em Divinolândia, as técnicas são empregadas para a proteção das lavouras de café. A primeira prática é plantar nas partes mais altas do terreno, onde a chance de haver geada é menor. Outra é manter carreiras de bananeiras e de mato para ajudar a barrar o vento forte.
Em um sítio em Divinolândia, as técnicas são empregadas para a proteção das lavouras de café. A primeira prática é plantar nas partes mais altas do terreno, onde a chance de haver geada é menor. Outra é manter carreiras de bananeiras e de mato para ajudar a barrar o vento forte.
"A
gente mantém a entrelinha de mato na lavoura jovem porque ela ajuda a proteger
do vento e mantém a linha do café bem livre de mato para não acumular
orvalho", disse o produtor rural Manasses Sampaio Dias. "Pode ter
frio intenso, mas nunca perdemos lavoura aqui", afirmou.
Mas não é
somente a plantação de café que merece cuidados. Em uma fazenda em Águas da
Prata onde são cultivados produtos orgânicos, as hortaliças também recebem
atenção especial por causa do orvalho.
Em
determinado horário da noite, um funcionário cerca a horta com tambores cheios
de serragem e coloca fogo para fazer fumaça. "A cortina de fumaça vai
evitar que o calor do solo vá embora e entre o ar frio que vai esfriar o
orvalho, o que vai dar o congelamento", explicou Renato Martins da Silva,
trabalhador da fazenda.
"Tem
que acender nos horários de 19h e 20h para durar a noite inteira. Mesmo com o
fogo, com a fumaça, no outro dia tem que irrigar, ela vai tirar o gelo, vai
descongelar antes do Sol bater, senão vai queimar as plantas", orientou.
Extraído de
G1