Ainda vão
ser necessários 300 anos para conhecermos todas as espécies de árvores
existentes na floresta amazônica. Isso se o ritmo de descrições de novas
espécies se manter o mesmo registrados desde 1900. A conta foi feita por uma
equipe internacional de botânicos, com participação do Museu Paraense
Emílio-Goeldi, de Belém, que calcularam também o total de espécies já
conhecidas e estimaram o número que ainda não foi descoberta pelos cientistas.
O resultado
do estudo foi publicado na revista Scientific Reports, em junho. A mesma equipe já havia
estimado que a Amazônia abriga cerca de 16 mil espécies diferentes de
árvores. Agora, depois de um levantamento em cerca de 500 mil amostras em
diferentes museus, eles concluíram que já foram descritas 11.676 espécies
diferentes da árvores amazônicas, ou seja, ainda há muito trabalho a ser feito
para descrever todas, ou pelo menos quase todas, que existem.
Nas contas
dos pesquisadores ainda existem 4 mil espécies diferentes à espera de ganhar
nomes científicos. “Desde 1900, entre cinquenta e duzentas novas árvores são
descobertas na Amazônia todos os anos”, conta o ecologista Nigel Pitman, do
Field Museum. Para os responsáveis pelo estudo, esse levantamento é importante
para pesquisadores que estudam a floresta amazônica.
Para que o
trabalho fosse possível, foi necessário digitalizar as coleções que estavam em
diferentes museus do mundo. Pitman destaca que o projeto é o casamento de
coleções centenárias com novas tecnologias, que tornaram possível compartilhar
e agregar todas os dados das coleções.
“Nós
estamos tentando dar às pessoas ferramentas para elas não trabalhem no escuro”,
afirma o líder do estudo Hans ter Steege, professor visitante do Museu Emílio Goeldi. “O
checklist dá aos cientistas uma noção melhor sobre o que atualmente está
crescendo na Bacia Amazônica e que ajuda nos esforços de conservação”,
completa.
De acordo
com Nigel Pitman, o Field Museum de Chicago, que participa dos estudos, tem
coletado e descrito espécies da Amazônia há mais de um século. “Nós temos
cientistas aqui, como Robin Foster, que tem trabalhado na botânica amazônica
por décadas”, conta. “Esta nova lista é de certa forma o auge de todo este
trabalho”.
Extraído de
Oeco
Por Vandré
Fonseca