Conhecer
melhor a carga de sedimentos que passam em rios e reservatórios tem várias
aplicações para o dia a dia, pois a quantidade de sedimentos que é transportada
em um rio interfere na construção de pontes, contribui no calculo da vida útil
de um reservatório, é um fator determinante para a navegação e pode aumentar os
custos para o tratamento de água. Sabendo disso, a Agência Nacional de Águas
(ANA) disponibiliza para download
em sua Biblioteca Virtual o software e o manual de utilização do Programa
HidroSedimentos 2.0
Desenvolvida
por pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri), em parceria com a ANA, a ferramenta é voltada principalmente
para técnicos que trabalham com a medição de rios. O software é capaz de ler os
arquivos gerados por equipamentos de medição que utilizam o método acústico
Doppler (ADCP) para a medição de vazão e, a partir dos dados coletados,
processa os cálculos dos tempos de amostragem de sedimentos em suspensão
(flutuando na água) de acordo com as metodologias do Serviço Geológico dos
Estados Unidos (USGS) usadas pela Agência, o que antes era feito pelos
hidrometristas com o uso de cálculos manuais.
Atualmente
existem vários equipamentos para medição da descarga líquida com base na
tecnologia Doppler, que apresentam como vantagens, em relação aos métodos
tradicionais de medição de vazão com molinetes, a maior rapidez para execução
da medição; redução de riscos de acidentes, principalmente em rios com níveis
altos; a melhor determinação do perfil e da área da seção transversal (“corte”
do rio de uma margem a outra), além da possibilidade da determinação de um
número grande de verticais (linhas traçadas do fundo do rio até sua lâmina
d’água).
Quando se
necessita coletar amostras para determinação de sedimentos em suspensão, os
equipamentos Doppler e seus softwares não permitem processar os dados para o
cálculo dos tempos de coleta de amostras. Hoje, as equipes que operam a Rede
Hidrometeorológica Nacional utilizam os procedimentos de coleta de sedimento
conforme as normas da USGS.
Os dois
métodos usados pela ANA nas amostragens de sedimentos em diversas verticais são
por Igual Incremento de Largura (IIL) ou por Igual Incremento de Descarga
(IID). Na estação hidrometeorológica de Marabá (PA), por exemplo, uma medição
de sedimentos numa seção de 2.000 metros no rio Tocantins que levaria 3 horas,
a partir de 15 verticais, passaria a levar apenas 1 hora com o uso do Programa
HidroSedimentos 2.0, que só precisaria de cinco verticais.
Fonte: ANA